O grande número de componentes encontrados na cannabis dividem-se entre várias classes químicas incluindo canabinóides, compostos nitrogenados, aminoácidos, proteínas, enzimas, glicoproteínas, hidrocarbonetos, álcois simples, aldeídos, cetonas e ácidos, ácidos graxos, ésteres simples e lactonas, esteróides, terpenóides, fenóis não-canabinóides, flavonóides, vitaminas e pigmentos (55). Além disso, diferenças na presença e na abundância relativa de alguns desses compostos foram investigadas, e as diferenças foram notadas entre o extrato da cannabis, o vapor e o fumo, e também entre as variedades da cannabis (67). Digno de nota, o fumo da cannabis contém diversos compostos não observados nos extratos ou no vapor, incluindo um número que é considerado cancerígeno ou mutagênicos (67 a 69)
Relativamente pouco é conhecido acerca das atividades farmacológicas de vários outros compostos encontrados na cannabis (terpenóides e flavonóides por exemplo). No entanto, acredita-se que alguns desses compostos (terpenóides) podem possuir um espectro de ação largo (e.g antioxidantes, ansiolíticos, antiinflamatórios, antibacterianos,antineoplásicos e antimaláricos), mas esta informação advém de alguns poucos estudos in vitro e in vivo, e não existem análises clínicas para confirmar tais informações. Terpenóides variam muito entre as variedades da cannabis e acredita-se que sejam os responsáveis primários pela diferença na fragância entre as diversas cepas de Cannabis (59). Além disso, acredita-se que os terpenóides podem contribuir para as distintas qualidades de fumo e possivelmente ao à sensação de ‘’barato’’ associada com o fumo da cannabis (59). Novamente, isso não foi estudado em detalhes. O conceito de que os terpenóides podem de alguma forma modificar ou aumentar o efeito psicológico dos canabinóides(71,72) é, até o momento, hipotético, visto que existem poucas, se alguma, evidência clínica para suportar essa hipótese.